
Tremulam meus olhos, sempre o esquerdo antes do direito. Sintetizo as risadas, repito velhas piadas para encher de noite nossas antigas crianças de peito e de colo com jeito de fadas. Chora-se por damas, chora-se por prostitutas, chora-se soluçando palavras. Quando são escritas e quando são lidas… Quando nascem e quando se tornam minhas piadas. Quando as pálpebras estão divididas, depois caem com a noite embriagada.
Conduzido por crustáceos de nuvens, quero armonizar com rimas meus maiores lamentos, pois a chuva caiu agora… É um folclórico instrumento que derrete a tarde toda. Conduzido pelas rimas. Rimo os vômitos-veneno, para espelhar-me mais pleno e para não roer dedos sem unha. Para isso é que se rima, para consolar-se, enfim. Há sempre uma menina que aplaude no fim.
Mendigo da tempestade, transformado hoje em gato… É hoje, com sete anos passados, que o que disse teu avô faz sentido. Amigo de cada dia, sempre assinará um sorriso ventando lágrimas em suas novas poesias.
As gotas no telhado são os aplausos no fim.
* Texto de Diego Guerra, do blog Psicodelia Alcóolica.
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