Coletor menstrual: prós, contras e como funciona

(reprodução)

Entenda por que o famoso copinho é tão diferente do absorvente tradicional

Você provavelmente já ouviu falar dele. Com a promessa de ser mais confortável e higiênico do que o tradicional absorvente, o coletor menstrual é muito simples: com um formato semelhante ao de uma taça, o produto é feito de silicone cirúrgico ajustável ao corpo e recebe todo o fluxo menstrual. Ao invés de jogar de lixo, como o absorvente, ele pode ser lavado e reutilizado. “O absorvente, como o próprio nome já diz, absorve o fluxo. O coletor apenas coleta. Essa é a diferença”, explica a ginecologista obstetra Graciela Folador, especialista em fertilidade. “Com o uso do coletor, não há risco de ter a síndrome do choque tóxico [que pode ocorrer com o uso de absorventes internos], microfissuras e crescimento de bactérias”, acrescenta a especialista.

É importante salientar que existe um período de adaptação. Assim como o absorvente interno, não é na primeira vez de uso que você ficará confortável. “Ele tem diversos tamanhos, dependendo da característica de cada fluxo”, explica a obstetra. E, se for colocado corretamente, dificilmente irá vazar! “O coletor não adere ao vácuo. Se isso acontecer, é porque o vácuo não foi proporcional, ou foi colocado errado.” Ainda está insegura? Tire todas as suas dúvidas sobre o famoso “copinho”:

Quais são os benefícios de usar o coletor menstrual?

Segundo a especialista, o primeiro benefício é a economia. O preço médio de um coletor menstrual é de R$ 80 a R$ 150. “O valor também é muito maior pela consciência ambiental. Por ser reutilizável, contribui para não produzir tanto lixo. Um coletor não polui tanto quanto vários absorventes”, diz. Seguindo as instruções do fabricante e do seu ginecologista — a recomendação é não usar por mais de 10h sem descartar o fluxo menstrual —, o risco de infecção é menor. “Não altera o PH vaginal e, além da comodidade, o coletor capta muito mais sangue do que o absorvente: cerca de 30 ml”, explica Graciela.

Quais são as contraindicações?

“No caso de pacientes virgens, pode causar ruptura do hímen”, alerta Graciela. Mulheres que tenham deformação no canal vaginal, o ideal também é evitar. “No pós-parto não pode, por conta das alterações no colo do útero”, complementa. Se você está de quarentena, espere um pouco mais!

Qual é o tempo máximo de uso do coletor?

A recomendação da especialista é esvaziar com um pouco menos de 12h. Para Graciela, o ideal seria um descarte do fluxo sanguíneo após 8h, para evitar infecções

Qual a melhor maneira de esvaziar o copinho e continuar usando com higiene?

Quando sentir que é necessário — dentro do limite estipulado —, a recomendação é de esvaziar o copinho na privada. “Na torneira, lave muito bem com água corrente. Não coloque o coletor molhado: enxugue antes de usar”, ensina a ginecologistaobstetra.

É possível urinar normalmente?

Sim! O coletor não fica no mesmo canal que a uretra. “Ele fica no canal vaginal. Por isso, não vai interferir no uso”, explica a especialista.

Qual é a maneira correta de higienizar o produto?

É importante higienizar sempre! “Antes de começar um novo ciclo, é importante lavar e ferver com água fervente antes de usar para esterilizar. No fim do ciclo, é a mesma coisa”, afirma a ginecologista obstetra. Separe uma panelinha especial para fazer a limpeza do seu coletor, ok?

Como colocar o coletor menstrual corretamente?

Vá com calma e sem desespero: a ansiedade só vai atrapalhar. “Quando você coloca, deve dobrá-lo no meio, fazendo uma espécie de “T” com o dedo indicador e o polegar. No começo, é possível sentir um pouco de desconforto, mas ele se molda à vagina normalmente”, diz a obstetra. Para finalizar, vá girando até o colo do útero. Para saber se ele foi colocado corretamente, basta perceber se há dor.

Como retirar o coletor menstrual?

Segundo Graciela, o procedimento é o mesmo. “Aperte um pouco para tirar o vácuo, deixando o copinho voltado para cima. Ele faz um vácuo e tem pressão”, ensina a ginecologista. É essa pressão que não deixa o coletor cair! Por isso, é possível fazer atividades físicas e até nadar normalmente — o copinho não absorve água.

Qual o tempo de duração de um coletor?

Depende de cada fabricante. “O tempo média de vida do coletor é de 5, 10 anos. Geralmente, os de silicone duram 10”, garante a especialista.

O coletor pode agravar o caso de uma mulher com pré-disposição à infecção urinária?

Ele não influencia nem agrava a infecção, porque não altera a flora vaginal nem o PH.

É possível ter relação sexual com o coletor?

Segundo a obstetra, é possível em alguns casos, sim. “Tem coletor que é descartável: com esse, é possível ter relação. Mas é importante ressaltar que não é anticoncepcional, então é importante ter outro método contraceptivo”, alerta. “O que é um copinho, que tem pezinho, não pode ter relação”, acrescenta.

Fonte: Meus 5 Minutos

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