Entendimento é quando um idoso caminha devagar na nossa frente, e a gente mesmo estando com pressa não reclama (Dicionário Amoroso - Luiz Gonzaga Pinheiro)
Um dia desses observei pai e filha em uma calçada, e a frente deles uma senhorinha idosa caminhando lentamente. Ao se aproximarem, por parte do pai uma irritação visível com o caminhar vagaroso da senhora, porém por parte da criança a decisão de passar à frente, sem molestar ou ser grosseira. Pensei com os meus botões, tomara, possa ele aprender com a filha, e pensando nisso, me ocorreu de escrever sobre isso.
Normalmente, as pessoas idosas caminham a uma velocidade menor (75%) que um jovem. Isto as coloca em situação de risco, considerando também que nem sempre o trânsito foi planejado para elas, o que é agravado pelos impacientes, tanto nos automóveis quanto nas calçadas; uma verdadeira competição desleal.
A informação se presta, para que tenhamos paciência, com o caminhar vagaroso dos idosos. Em certos casos mais delicados, seria interessante se pudéssemos auxiliá-los a atravessar ruas, subirem nos ônibus, entre outras atividades. Também seria bom orientá-los com carinho e insistência, sobre a importância de atravessarem na faixa de pedestres, tendo atenção aos faróis (semáforos), alertando-os também sobre a importância de observar se não há carros se aproximando, mesmo estando o sinal de pedestres verde.
Limitar as atividades dos nossos pais ou avós, teria um impacto extremamente negativo sobre a sua saúde e bem estar. A nós familiares seria mais adequado observar a necessidade de acompanhá-los em seus passeios e caminhadas ou na impossibilidade designar alguém para fazê-lo. O fortalecimento muscular através de exercícios orientados por profissionais da área, também lhes dará mais segurança e confiança para caminharem.
Nota: Nas mulheres um dos fatores que diminui a velocidade no caminhar, é a perda de densidade mineral óssea (BMD) - "Journal of the American Geriatrics Society".
Leitura: O envelhecimento no trânsito - Claudia Aline Soares, Magna Rosane Cruz e Eliéze Bulhões. - Publicado pela Casa do Psicólogo.
Convidada pela Profª Cristiana Passinato para ser colaboradora no Caderno R, achei que devia contar como iniciei minhas atividades na internet e sobre o que escrevo.
Em julho de 2008 prestando uma singela homenagem aos meus pais criei um blog chamado “Melhor Idade” a inspiração veio da observação da vida ativa e do envelhecimento saudável deles. Para escrever sobre o assunto, foi necessária muita leitura, já que não tenho formação na área de geriatria ou gerontologia, porém à medida que fui me envolvendo com assuntos relativos aos idosos, e tendo uma resposta de quase 13 mil visitas em poucos meses, senti que não era simplesmente uma homenagem a eles, mas também, uma maior responsabilidade com os leitores, já que se tornou fonte de consultas, por pessoas que leem, opinam, comunicam e até de alguns que passaram a fazer uso didático do conteúdo (alunos de cursos de enfermagem e cuidadores). Passei então a ler muito mais sobre o assunto, e entre outras ideias para serem colocadas aqui, algumas leituras me fizeram repensar o nome do blog, e mudaram a minha visão do que foi “batizado” de Melhor Idade. Em uma das leituras tomei ciência sobre os milhões de idosos que são molestados fisicamente e moralmente diariamente no Brasil e no mundo, outra foi a entrevista feita com a Dra. Dorli Kamkhagi - Coordenadora do Grupo de Gênero do Amadurecimento do Instituto de Psiquiatria, no Hospital das Clínicas de São Paulo, e que também tive o privilégio de ouvi-la em uma palestra na USP