Mulher

Conheci o Distinto Autor das Linhas Abaixo há Mais de Trinta Anos, Nas Calçadas do Rio.
Ele Juntamente Com Outro
(um tal de Mário que chamávamos de “louco”,  cujo o sobrenome é Prata mesmo sendo o sujeito de Ouro), em São Paulo,
Foram os Responsáveis Pela Minha Incursão na Vida Literária.
Não Que na Época Tivesse Alguma Aptidão Para a Coisa. Era Justamente ao Contrario.
Apreendi. Demorou Mas Consegui (?hummm….)
É Muito Bom Saber Que Eles “Vagueiam Pelai”

“Mulher”

Não quero uma mulher
Que seja gorda ou magra
Ou alta ou baixa
Ou isto e aquilo.

Não quero uma mulher
Mas sim um porto, uma esquina
Onde virar a vida e olhá-la
De dentro para fora.

Não espero uma mulher
Mas um barco que me navegue
Uma tempestade que me aflija
Uma sensualidade que me altere
Uma serenidade que me nine.

Não sonho uma mulher
Mas um grito de prazer
Saindo da boca pendurada
No rosto emoldurado
No corpo que se apóie
Nas pernas que me abracem.

Não sonho nem espero
Nem quero uma mulher
Mas exijo aos meus devaneios
Que encontrem a única
Que quero sonho e espero
Não uma, mas ela.

E sei onde se esconde
E conheço-lhe as senhas
Que a definem. O sexo
Ardente, a volúpia estridente
A carência do espasmo
O Amor com o dedo no gatilho.

Só quero essa mulher
Com todos seus desertos
Onde descansar a minha pele
Exausta e a minha boca sedenta
E a minha vontade faminta
E a minha urgência aflita
E a minha lágrima austera
E a minha ternura eloqüente.

Sim, essa mulher que me excite
Os vinte e nove sentidos
A única a saber
O que dizer
Como fazer
Quando parar
Onde Esperar.

Essa a mulher que espero
E não espero
Que quero e não quero
Essa mulherportoesquina
Que desejo e não desejo
Que outro a tenha.

Que seja alta ou baixa
Isto ou aquilo
Mas que seja ela
Aquela que seja minha
E eu seja dela
Que seja eu e ela
Eu ela eu lá nela
Que sejamos ela.

E eu então terei encontrado
A mulher que não procuro
O barco, a esquina, Você.
Sim, você, que espreita
Do outro lado da esquina, no cais,
A chegada do marinheiro
Como quem apenas me espera.

Então nos amarraremos sem vergonha
À luz dos holofotes dos teus olhos,
E procriaremos gritos e gemidos
Que iluminarão todas as esquinas.

Será o momento de dizer
Achei/achamos amei/amamos
E por primeira vez vocalizar o
Somos, pluralizando-nos
Na emoção do encontro.

Essa a mulher
que não procuro
nem espero.
Você, viu? Você!

“Bruno Kampel”
 
 
P.S.: Este é o Endereço www.kampel.com
 
www.cariua.com
www.orkut.com/Community.aspx?cmm=564405

Deixe uma resposta

LEIA TAMBÉM

(divulgação)
PARA LER

13 livros que todos deveriam ler ao longo da vida

A lista foi compilada pela revista Galileu: 1 O Homem que Calculava, Malba Tahan “Indico para os não amantes de matemática, para terem outra visão da ciência dos números.” – Leandro Millis, pelo Twitter. 2 Ensaio sobre a Cegueira, José Saramago “O livro nos leva à reflexão de que, interiormente, somos seres que não conhecemo.” – Miguel, pelo […]

LEIA +
PARA LER

Femme Terrible: o pecado de ser mulher em 20 frases

Cruéis, megeras e terríveis. Esterótipos sociais femininos em frases de grandes escritores. Instáveis, complicadas, histéricas e não-confiáveis. Os estereótipos femininos vão além das virtudes. Desde que Eva quebrou a perfeição da vida no Éden pela desobediência e curiosidade irresponsáveis, a mulher, mesmo em países com muitos avanços na questão da igualdade de direitos entre os […]

LEIA +
(divulgação)
PARA LER

Aplicativo mapeia lugares ligados à obra de Machado de Assis

Um aplicativo pretende angariar novos leitores de Machado de Assis (1839-1908) reunindo os endereços citados em seus livros e os locais associados ao cotidiano do escritor. Batizado de “Rio de Machado”, o programa gratuita apresenta em um mapa as informações que contextualizam cada local em relação à vida e à obra de Machado. Esta lá, […]

LEIA +