
Aos vinte e poucos anos, quando saímos da faculdade cheios de vontade, energia, garra, planos, e muitos sonhos. Sonhos de comprar o primeiro carro, a tão desejada casa própria etc. Nada parece ter importância, até deixamos escapar o nosso grande amor. Aquele que talvez fosse o amor da nossa vida, mas não demos valor. Estamos muito envolvidos com o conforto que os bens materiais nos proporcionam. A vida parece ser uma grande festa, muitas baladas, tudo uma grande novidade sendo descoberta.
Aos trinta e poucos, estamos totalmente envolvidos com a nossa profissão. Voltar atrás não dá mais, pelo menos é o que pensamos. A vida é trabalho e realizações materiais. Até começamos a questionar o real valor das coisas, na verdade não temos tempo para pensar nisso. É tempo de realizar, cuidar dos filhos, proporcionar mais conforto a eles.
Aos quarenta não mais nos violentamos pelo dinheiro. Não nos curvamos a propostas indecorosas pelo dinheiro. Muitos largam tudo e recomeçam uma nova vida. Investem no seu ideal. A vida parece nos escapar, tudo passou tão rápido. Não há mais tempo para errar. O amor, os filhos e a qualidade de vida passam a ser nossas prioridades. Se erramos, precisamos acertar logo e recomeçar o mais rápido ainda, porque ainda há tempo para acertar e ser feliz.
Aos cinqüenta, já pensamos que foi uma pena termos ficado tanto tempo correndo atrás do dinheiro. Os filhos cresceram e você nem viu! Foram em direção às suas vidas. A vida passou tão rápido! Você queria ter tido mais tempo para ficar com as pessoas que ama. A esta altura muitos entes queridos já se foram. O tempo é implacável e não volta atrás. Na vida não há tempo para rascunhos. Precisamos viver de improviso, em garranchos, aos trancos e barrancos.
Na vida, fazemos escolhas todo o tempo, às vezes acertamos, outras não. Muitas vezes não temos outra alternativa a não ser conviver com as escolhas erradas a dor arrependimento. Como precisamos de tão pouco para sermos felizes! Por que nos envolvemos com este mundo capitalista como uma bola de neve que nos envolve e não conseguimos nos livrar? Por que precisamos de um celular do “tipo faz tudo” se só precisamos dele para nos comunicar? É preciso refletir sobre o que realmente nos importa e queremos da vida.