Diana: 10 anos de mistério

10 anos depois do acidente, a morte de Diana continua permeada de mistérios

No dia 31 de agosto de 1997 o mundo ficou em choque ao saber da trágica morte de Diana. Seu carro bateu, em alta velocidade, contra uma coluna de concreto no túnel Pont de L’Alma em Paris.

A vida da princesa mais amada da história foi marcada por conflitos e dramas desde o momento que saiu do anonimato como professora do maternal, para se casar com um príncipe de verdade. Mas o – nem tão – belo príncipe nada tinha de encantado. Seu conto de fadas virou um pesadelo permeado por depressão pós-parto, infidelidades conjugais, rejeição do marido, distúrbios como a bulimia e várias tentativas de suicídio.

Contudo, em meio a esse inferno pessoal, o amor do povo por Diana aumentava cada vez mais. Seu carisma, beleza, espontaneidade e interesse pelas causas dos menos favorecidos faziam de Diana uma mulher cheia de vida no meio da formalidade da família real. Mesmo depois da separação, a imprensa mais falava de Lady Di que de Charles.
Sua influência se estendia por todas as áreas, desde a moda – seu corte de cabelo e suas roupas eram copiados no mundo todo – até o comportamento. Em 1987, quando muitos tinham medo só de estar em um ambiente com um portador do HIV, Diana sentou-se na cama de um soropositivo e segurou sua mão. Por seu ativismo o mundo conheceu o sofrimento dos mutilados por minas abandonadas na África.

Recomeço

Pouco tempo depois de romper os últimos laços que a uniam a Charles e à família Windsor, Lady Di parecia pronta para recomeçar sua vida. Logo surgiam rumores de que o playboy egípcio Dodi al Fayed, filho do empresário milionário Mohamed Al Fayed era o novo affair de Diana. Mas um brutal acidente automobilístico em Paris, no dia 31 de agosto de 1997 ceifou sua vida, a de seu noivo e o motorista da limusine.

Uma grande a comoção tomou a Inglaterra e o resto do mundo. A “princesa do povo” foi homenageada por chefes de Estado e pelo povo comum de forma apaixonada em vários países.

Suspeitas

A investigação sobre o acidente de carro na França durou dois anos, tornando-se a mais longa e cara da história. O inquérito foi liderado pelo juiz Herve Stephan, o qual concluiu que Diana morreu de forma trágica e sob terríveis circunstâncias – carro dirigido de forma perigosa por um motorista ébrio. O motorista Henri Paul tinha ultrapassado três vezes o limite legal de velocidade e apresentava vestígios de antidepressivos no sangue.

Muita gente não engoliu a versão oficial, principalmente o pai de Dodi. O proprietário das lojas Harrod’s acusou os serviços secretos americanos e ingleses de estarem envolvidos numa grande conspiração para encobrir as causas da morte de seu filho e de Diana. Ele declarou que o acidente “foi resultado de um crime executado por um verdadeiro núcleo racista”.

Mesmo depois de vários processos legais, Al Fayed não conseguiu que a CIA, FBI ou a Agência de Segurança Nacional lhe fornecesse documentos que levassem ao culpado do suposto assassinato. Mohamed Al Fayed diz que a família real britânica não queria que a princesa se casasse com Dodi, insinuando desta forma que a Casa de Windsor estaria envolvida no acidente. Ele afirmava que Diana estava grávida e esta foi uma das principais razões para que planejassem sua morte. Há também os que afirmaram que Diana foi assassinada por ser uma ameaça ao trono inglês e à estabilidade geral do sistema.

Gravidez não confirmada

O relatório não afirmou que Diana estava grávida. A única evidência, além do depoimento de Al Fayed, é a foto de um papparazzo, que mostra Diana de biquini num iate ao lado de seu noivo Dodi, com uma barriguinha saliente. Afirma-se que, sendo tão obcecada pela aparência, ela não estaria tão à vontade em público se estivesse simplesmente fora de forma.

Dúvidas

Numa tentativa de enterrar definitivamente as teorias de conspiração, a Scotland Yard fez uma investigação própria e publicou um relatório no final de 2006, confirmando os resultados do inquérito francês.
Mesmo assim, o acidente que matou Diana, Dodi, o motorista Henri Paul e feriu gravemente um guarda-costas, continua despertando suspeitas.

Existem até hoje vários pontos que lançam dúvidas sobre a conclusão do inquérito. Os vídeos de segurança do hotel de onde saíram a princesa e Dodi, mostram o motorista sóbrio e equilibrado. Seu fígado não mostrou sinais de uso excessivo de álcool durante a necropsia. De acordo com a perícia, a velocidade da limusine era muito menor do que a anunciada.

O carro branco

Também existe o fato de um misterioso Fiat Uno branco ter saído, desgovernado, do túnel de Paris alguns segundos depois do acidente. Testemunhas disseram a polícia que o motorista era um homem de aproximadamente 40 anos e que levava um cachorro grande na parte traseira do carro.

Apesar das marcas de tinta e pedaços das luzes de freio achadas no Mercedes S280 apontarem para o Fiat Uno, os investigadores não conseguiram encontrar o carro até hoje.

As testemunhas

A principal testemunha e único sobrevivente, Trevor Rees-Jones, teve sérios ferimentos na cabeça e sofreu de amnésia durante vários meses.

Testemunhas afirmaram ter visto e ouvido coisas estranhas no contexto do acidente. Pouco depois do acidente ser noticiado, testemunhas inglesas apareceram na TV americana afirmando que ouviram uma explosão antes de ouvirem o choque do veículo. O que teria sido: uma arma ou uma bomba?

Outros descreveram um brilho forte, muito mais forte do que o flash de uma câmera de um fotógrafo, iluminando o túnel antes de ouvirem o barulho do acidente. Esta suposta luz seria capaz de cegar uma pessoa por vários minutos e causar um acidente fatal.

A maioria das testemunhas afirma que os paparazzi, inicialmente culpados pelo acidente, não estavam próximos o suficiente da limusine a ponto de causar a colisão.

Teorias

Na internet circulam várias teorias para o que realmente aconteceu no dia 31 de agosto. Em uma delas, internautas dizem que Diana foi morta por industriais afetados pelos compromissos da princesa contra as minas anti-pessoais. Outros afirmam que foi Dodi que estava sendo perseguido por questões comerciais.

Mortes encenadas

Outra teoria diz que as mortes foram encenadas para que Diana e Dodi pudessem começar uma nova vida, longe dos olhares da mídia. Aparentemente, forças de segurança conspiraram para garantir que a imprensa não descobrisse mostrando um vídeo encenado do acidente. Outros afirmam que o plano deu errado e o casal acabou morrendo.

Os relatórios de que Diana poderia estar viva são alimentados pelo fato de que não foi feita uma autopsia antes do seu enterro em Althorp. Segundo a lei do Reino Unido, as vitimas de mortes violentas devem passar por este exame. Algumas pessoas sugerem que Diana poderia até fazer uma cirurgia plástica e voltar para cuidar dos filhos sem ser reconhecida.

Um espião não encontrado

Outros afirmam que um espião poderia ter sido a causa do acidente. Os detetives britânicos, que investigam a morte da princesa, conseguiram ouvir todas as pessoas que estavam no local no momento do ocorrido, menos um homem que foi visto aparentemente feliz com a batida do carro de Diana e desapareceu sem dar pistas, o que levanta a suspeita de que seria um espião do serviço secreto inglês.

Henry Paul agente a CIA

Um mistério paira sobre Henri Paul, o oficial de segurança que entrou na última hora para dirigir o Mercedes.
Será que ele realmente estava bêbado? Algumas pessoas disseram que ele bebeu dois tragos no hotel Ritz. Mas os resultados médicos mostraram um alto nível de monóxido de carbono no seu exame de sangue. Segundo os especialistas, se isto fosse certo, ele não poderia ter dirigido o carro naquele dia, evitando assim o fatal acidente – uma prova em vídeo o mostra caminhando normalmente. Paul também foi acusado de ser alcoólatra, mas dois dias antes do acidente ele tinha se saído bem em um exame médico. Além disso, seu fígado não mostrou sinais de abuso durante a necropsia.

No ano de 2005 noticiou-se a descoberta de 13 contas em nome do motorista em bancos franceses, somando 178 mil dólares. Em 25 de maio de 2005, o assunto foi capa do Daily Express. Segundo o jornal, suspeita-se que Paul prestava serviços para o MI6 e recebia dinheiro em troca de informações sobre hóspedes do Ritz de Paris. E não foi explicada a origem dos francos encontrados no bolso da camisa de Paul no local do acidente: algo perto de 3.500 dólares, em dinheiro vivo.

Um detalhe: Paul era o único que usava cinto de segurança.

O MI6 matou Diana

Pessoas mal vistas dentro serviço secreto britânico decidiram que Diana era uma ameaça para a coroa e para a estabilidade do Estado, por isso precisava ser eliminada.

Isto poderia ter fundamento, pois foi revelado que os agentes do MI6 possuíam arquivos relacionados a Jack Straw, os pacifistas da sua campanha e os sindicalistas e que uma vez eles tentaram desestabilizar o governo trabalhista nos anos 70.

Suspeita-se que o MI6 incomodou Diana em todos os anos que ela passou com a família real. Muitos acreditam que eles estiveram atrás da divulgação das fitas que continham as gravações telefônicas do ‘Squidgygate’, que afetaram muito a sua imagem.

Outras figuras importantes também foram acusadas. Um advogado egípcio tentou demandar a rainha e o Primeiro-ministro Tony Blair por danos de US$170.000 (dólares), alegando que eles queriam matar Diana por ela estar apaixonada por Dodi, um muçulmano.

Nabih Alwahsi diz que o governo britânico estava decidido a evitar que um muçulmano fosse o padrasto do futuro rei da Inglaterra.

Dodi, o Alvo

É provável que os inimigos de negócios de Dodi e de seu pai Mohammed Al Fayed o tenham assassinado. Com a morte de Diana, eles poderiam encobrir sua operação.

Para chegar até o topo, Al Fayed fez alguns grandes inimigos ao longo de sua vida. Além de empenhar uma grande batalha por sua rede de lojas Harrods em Londres, sua cidadania britânica foi negada após surgirem algumas histórias sobre a sua forma de fazer negócios.

Dodid, seu filho mais velho e herdeiro, seria o alvo ideal para qualquer um que quisesse acertar suas contas com Al Fayed.

Todas essas especulações só fazem aumentar o fascínio que essa carismática princesa ainda exerce sobre nossa imaginação.

Fontes: Discovery Channel
BBC
Observatório da Imprensa

Leia as notícias que saíram nos principais jornais do Brasil no dia 1 de setembro

JORNAL DO BRASIL

Emoção no adeus à princesa do mundo
A loura esguia que com a mesma desenvoltura e simpatia visitava mutilados de guerra e cintilava com seu sorriso cativante os salões de baile despede-se como a rainha dos sonhos do mundo. O corpo de lady Diana Spencer, a Princesa de Gales, que encontrou a morte num trágico acidente automobilístico em Paris na madrugada de domingo, foi levado ontem para a Grã-Bretanha acompanhado de um consternado príncipe Charles, que não conseguia esconder os olhos vermelhos. O caixão foi recebido em Londres por uma guarda de honra militar e pelo primeiro- ministro britânico, Tony Blair, que lamentou com voz trêmula: “As pessoas em todo o mundo a amavam”. (…) Um clamor internacional levantou-se contra a inescrupulosidade com que alguns meios de comunicação perseguem celebridades como a princesa Diana. Do irmão da princesa ao chanceler alemão Helmut Kohl, passando por estrelas de Hollywood, foram muitas as vozes pedindo alguma forma de contenção destes excessos. (…) A pressão popular por um enterro com honras de Estado plenas é grande, mas o protocolo oficial exige uma permissão da rainha Elizabeth e uma votação especial do Parlamento para conceder este tipo de cerimônia à princesa Diana. A coroa britânica atribuiu ontem a demora em anunciar a data do enterro “à necessidade de equilibrar os desejos de todos os membros dos diferentes ramos de sua família” e prometeu uma decisão para hoje.

 

FOLHA DE SÃO PAULO

Charles escolta corpo de Diana
O príncipe Charles, ex-marido de Diana e herdeiro do trono britânico, acompanhou ontem o traslado do corpo da princesa até uma base militar em Londres, de onde foi levado para uma capela em local não revelado. A rainha Elizabeth 2ª decide hoje como será o enterro de Diana, vítima de acidente de carro na madrugada de domingo em Paris. O funeral só terá todas as honras oficiais se a rainha apresentar solicitação ao Parlamento.
Diana Frances Spencer, 36, o namorado, Dodi al Fayed, 41 – filho do dono da loja de departamentos Harrods e do hotel Ritz em Paris -, e um segurança morreram quando o carro em que viajavam bateu em um túnel no centro da capital francesa. Segundo a polícia, o Mercedes-Benz seguia em alta velocidade, na tentativa de escapar de fotógrafos.
A polícia francesa deteve ontem sete fotógrafos que teriam participado da perseguição ao carro em que estava a princesa Diana. Eles foram encontrados próximo ao local do acidente. O único sobrevivente, o segurança britânico Trevor Rees-Jones, não corre fisco de vida.

 

O ESTADO DE SÃO PAULO

Tragédia de Diana comove o mundo
Passava da zero hora de ontem quando a princesa Diana e seu namorado, Dodi Fayed, deixaram o Hotel Ritz, em Paris, depois de uma ceia. Entraram em um Mercedes, que seria pilotado pelo chefe de segurança do hotel, acompanhados por um guarda-costas. O carro, seguido por sete “paparazzi”, ia pela avenida paralela ao Rio Sena, em direção a um túnel na altura da Praça d’Alma, perto da Torre Eiffel. Procurando fugir dos fotógrafos, calcula-se que o motorista acelerava a 150 quilômetros por hora quando o Mercedes chocou-se frontalmente com um dos pilares centrais do túnel, rodou e bateu no muro à direita. Fayed e o chefe de segurança morreram na hora. Gravemente ferida, Diana foi levada ao Hospital Pitié-Salpétriére, onde, às 4 horas, sua morte seria anunciada. Divulgada a notícia, uma multidão concentrou-se em frente do Palácio de Buckingham, em Londres. O príncipe Charles, que se divorciou de Diana no ano passado, seguiu para Paris. A tragédia chocou o mundo. O primeiro-ministro Tony Blair declarou que sentia a morte da princesa “como a de uma amiga”. O presidente Bill Clinton ressaltou seu “incansável empenho em favor das crianças e dos doentes de aids”. Boris Yeltsin disse que Diana “era amada pelo povo russo”. Fernando Henrique Cardoso divulgou nota em que fala de sua admiração pelo trabalho de “uma pessoa jovem e querida, que se dedicou com generosidade a temas sociais e causas humanitárias”.

 

O GLOBO

Di, no coração do mundo
Acompanhado pelo príncipe Charles, o corpo da princesa Diana chegou ontem à Grã-Bretanha, um país em estado de choque e coberto de luto. A trágica morte da mulher mais famosa do planeta, num acidente de carro em Paris, comoveu o mundo e abriu uma discussão sobre os limites da imprensa sensacionalista. Diana morreu aos 36 anos fugindo das lentes que a transformaram num mito. A família real, astros de Hollywood e cidadãos comuns que encheram de flores a entrada dos palácios de Buckingham e de Kensington protestaram contra a invasão da privacidade de celebridades. O governo britânico poderá anunciar nos próximos dias medidas para controlar o trabalho da imprensa sensacionlista. As investigações dependerão do depoimento do único sobrevivente da tragédia, o guarda-costas de Diana, que não corre mais risco de vida.
O filho mais velho da princesa, William, teve uma crise de choro ao saber da morte da mãe. Sua amiga, a embaixatriz Lucia Flecha de Lima, partiu às pressas para Londres.

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