
Notícia de que agentes passariam a trabalhar pela segurança das Escolas Estaduais do Rio de Janeiro levantou debate e dividiu a opinião de professores
Esta semana, eu e colegas estávamos na sala dos professores na escola onde leciono e avistamos no mural um informativo do sindicato ou da Secretaria da Educação do Estado informando que o governo havia decidido que a Polícia Militar estaria garantindo mais segurança às Escolas Estaduais.
A notícia dividiu a opinião de muitos deles, inclusive eu, que, em tese, acredito que na escola não seja lugar de polícia. Escola é ambiente de paz.
Muitas vezes, nossas escolas estão próximas de algumas comunidades onde o tráfico ainda domina, que apesar de toda pacificação na presença das UPPs e tudo o mais, tem muita insegurança. Há muito medo, tanto dos alunos, direção, funcionários, principalmente dos maiores reféns: os professores.
Muitos acreditam que essa instituição possa causar represálias e aumentar a revolta dos alunos ou da comunidade e aí sim crescendo as ocorrências e problemas com armamentos e outras situações desagradáveis mais.
Um professor ainda relatou ter presenciado, em uma escola, uma ocorrência onde se gerou problema com um segurança (não sei se de empresa terceirizada) que foi ao banheiro e esqueceu – sim, esqueceu – sua arma lá. Quando voltou, alguns alunos estavam “brincando” com o objeto, que poderia matar uma pessoa, ou a eles mesmos.
Por esse e alguns outros motivos, todos nós, professores, não sentimos segurança alguma quando a polícia entra nas escolas. Se por um lado a violência e a liberdade da entrada de qualquer pessoa nas instalações escolares nos preocupa, por outro lado, quando se estabelece que quem faça o controle dessa entrada com revistas e outras medidas de segurança seja a polícia, isso nos assombra.
Daí vem a dúvida e a discussão: quem fará então esse papel? Um inspetor? Desarmado? Como faremos? Como resolver esse problema? Na realidade ninguém sabe qual a solução, mas o problema existe e precisamos de mais segurança, sim, nesses ambientes.
Você leitor, qual sua opinião?