
Nunca fui uma pessoa afeita às datas, a me sincronizar a elas. Uma amiga dizia que é por ser aquariana que não gosto dos limites impostos pelas datas comemorativas. Pode até ser, mas o que sei mesmo é que não ligo para isso.
Dia das Mães, por exemplo, pra mim, é todo dia, não preciso fazer um carinho, presentear somente no segundo domingo de maio. Mas também entendo a necessidade que muitos têm de aproveitar o dia.
Ontem foi o Dia dos Namorados. E esta é uma data que realmente eu nunca havia “comemorado”, muitas vezes escrevi sobre ela, tantas sem o olhar romântico que ela evoca ou algo do gênero, algumas poucas com uma pitada de despeito pelo o que ele dolorosamente me recordava: uma certa falta.
Mas ontem aconteceu de novo o dia, e foi diferente de todos os outros que eu tive. Diferente porque recebi rosas, jantei a luz de velas, dancei, ri, brinquei e tive a companhia de um amor. Um amor que tem me feito companhia todos os dias, seja com um beijo, ou com uma ligação de bom dia pela manhã.
Mas o que mais me impressionou foi justamente a ausência do dia em si! Não foi um dia diferente porque dataram comercialmente que ele seria, apesar da data, de toda a correria na cidade, da troca de presentes que sempre se faz.
Não, foi diferente pelo cuidado dado, pelo carinho trocado e pela certeza de que momentos assim, podem ser diários, algo que se dê todos os dias. Não por ter um jantar à luz de velas, mas porque todos os dias podem ser mágicos. Até mesmo quando a rotina se instala, há algo de único no ar. É só a nossa forma de olhar que muda, já que muitas vezes colocamos a venda da realidade e sempre lembramos do velho ditado: Quando a necessidade bate à porta, o amor sai pela janela”…
A vida não é um mar de rosas, a vida a dois não é uma rosa pura, delicada e perfumada apenas, tem seus espinhos e tem que ser manipulada com cuidado, como tudo o mais, mas o especial é saber aprender mutuamente como olhar essa rosa e desviar de seus espinhos. Nada de redomas de vidro! Nem se precisa de luvas… Basta ter a maleabilidade de saber ceder, de entender a liberdade e o jeito do outro. Cada ser é um e cada qual tem suas manias, seus jeitos e trejeitos, uma forma de se aconchegar e o aprender a dois, é justamente saber aceitar isso e irem se moldando um ao outro, sem nunca precisarem achar que precisam mergulhar no outro que é especial…
Podem sim, se misturar como uma espécie de óleo trifásico, mas sabendo que em seguida, cada um estará no seu devido lugar, separados e juntos…
Ontem foi um dia especial, não por ser o dia dos namorados oficial, mas por ter sido mais um dia de cumplicidade e carinho, assim como espero que tenha sido o dia de todos, acompanhados ou mesmo sozinhos…