O Empreendedorismo Materno é uma modalidade de negócio ainda pouco disseminada: a maior parte das representantes desse grupo são micro ou pequenas empreendedoras. O diferencial? A escolha profissional foi direcionada para um caminho que trabalho e maternidade pudessem caminhar de mãos dadas. Ou seja, a ideia é ficar mais próxima dos filhos, ter mais tempo para si e encontrar a felicidade fazendo o que gosta.
Parece um sonho, mas é real. O projeto Maternativa, que começou no Facebook, conecta mães que trocam experiências, dicas e sugestões sobre empreendedorismo. A ideia é que uma sociedade que incentiva a economia familiar também colabora a companhia entre mães e filhos.
"Antes de tudo, somos amigas e decidimos unir nossas forças para fazer algo pelas mulheres, em especial as mães – desejo esse que já carregávamos conosco antes mesmo da maternidade. Entretanto, ser mãe transforma a mulher em todos os sentidos. Nós sentimos na pele a força dessa mudança. Por isso, criamos o Maternativa. Um espaço para gerar conteúdo, compartilhar informações e proporcionar trocas e experiências relacionadas ao empreendedorismo materno. As mães movem o mundo. Queremos fortalecer essa energia empreendedora!", comentam as idealizadoras Ana Laura Castro e Camila Conti no site oficial.
Até então, mais de 90 empresas já estão cadastradas. Elas oferecem desde roupas a serviços de contabilidade. A ideia é criar um hábito de consumo que priorize negócios geridos por mães e que atinja um público que se preocupa com a procedência do que compra.
Fonte: Claudia
Cuidar de si mesmo é algo que deve ser ensinado no dia a dia, com exemplos e incentivo para fazer seu filho ajudar em casa.
Quando nascem, nossos filhos dependem da gente para fazer tudo o que precisam para sobreviver: da alimentação à higiene. Conforme eles vão crescendo, vamos ensinando-os a se virarem sozinhos, embora nosso instinto de querer cuidar de tudo o tempo todo fale mais alto.
Aos poucos, precisamos ensinar aos pequenos uma habilidade que garantirá sua sobrevivência: autonomia. E isso é uma atidude que parte deles. Repare em como os bebês que já têm um certo controle sobre si tentam comer sozinhos, pegar e passar a pomada, imitam certos comportamentos nossos. Não buscar essa independência é sinal de que algo não vai bem.
Quando já conseguem ter controle sobre si mesmos é que a vida da mãe vira uma loucura: a vontade de querer fazer tudo sozinho, faz com que nossos filhos de 4, 5 anos se pareçam como mini-adolescentes. Minha experiência de mãe e meus breves conhecimentos em psicopedagogia dizem que isso é só uma febre que deve ser controlada com o pulso dos pais, para que não se transformem em pequenos tiranos: independência e autonomia, sim; autoritarismo infantil, não.
Assim que a criança sai das fraldas, e sai oficialmente do posto de bebê, algumas tarefas do dia a diapodem ser ensinadas (e até exigidas) para que ela aprenda a se virar no dia a dia. Guardar seus próprios brinquedos, aprender a tirar e por a própria roupa, colocar a roupa suja do cesto, comer sem o auxílio dos adultos, aprender a usar o copo são algumas das habilidades a ser ensinadas.
Por volta dos 3, 4 anos, já podemos pedir para a criança por guardanapos na mesa, trocar o rolo de papel higiênico, separar seus brinquedos por categoria, escolher as próprias roupas.
Com 5, nossos pequenos já podem por a mesa, levar o prato à pia, colocar a roupa na máquina, tirar pó.
E conforme a criança a vai assimilando e incorporando cada tarefa ao seu dia a dia, podemos ir dandoatividades mais complexas. Que criança não fica feliz quando a mãe lhe diz que já que ela aprendeu a por a toalha na mesa sozinha e agora também pode por os pratos?
A única desvantagem disso tudo é lidar com as vontades: seu filho vai fazer bagunça, vai querer arrumar a mesa do jantar à 15h da tarde, vai zonear o guarda-roupa e sair com as vestes sem nenhuma combinação. Aí é que a gente entra: botando limite, explicando o porque aquilo não está bom. Refazer, corrigir e criticar tudo também já é anulador demais, porque aí não há incentivo que resista.
Além disso, precisamos estar atentos aos riscos de algumas atividades. Com o tempo eles vão querer mexer com fogo, facas, água, cuidar dos irmãos menores. E isso não deve ser proibido, mas, dependendo da idade, a criança pode se aventurar com os perigos, desde que rigorosamente supervisionada por um adulto.
Se seu filho não se animar, um prêmio pode dar um jeito. Uma tabela com metas a serem cumpridas em troca de um passeio ou presente ajuda. E as punições devem existir se a criança não estiver cumprindo com seu dever. Não guardou seus brinquedos, não tem TV, por exemplo.
Vamos combinar que é tudo muito lindo na teoria, e a prática pode dar certo! Basta um pouquinho daquele líquido raro encontrado na fontes mais profundas da maternidade: paciência. Com ela, acho que teremos adolescentes mais compreensivos e participativos dentro de casa. Só o tempo virá com a resposta.
Fonte: http://diiirce.com.br
Mães reclamam do cansaço que provoca a dedicação ao trabalho e o cuidado com os filhos. Elas querem férias deles também.
Conversei com a mãe de uma garotinha que completa três anos neste semestre e que foi matriculada na escola pela primeira vez no início do ano. O problema, segundo a mãe, é que a menina fica desesperada na hora de ir para a escola e chora o tempo todo que lá fica.
Durante nossa conversa, essa jovem mulher disse que está esgotada porque preferiria não levar a filha para a escola, mas não tem escolha por causa do horário de trabalho e da indisponibilidade de sua mãe, que, até então, dera conta de ficar com a neta. Essa mãe não está sozinha ao viver esse dilema, não é verdade?
Uma pesquisa recente apontou que bebês de até quatro meses têm sido alimentados com comida industrializada com frequência. Que tal uma lasanha congelada no almoço e umas bolachas recheadas para o lanche dessas crianças? Mães de todas as classes sociais têm feito isso e um dos motivos é que não sabem cozinhar.
Um número enorme de mães reclama do cansaço que provoca a dedicação ao trabalho e o cuidado com os filhos. Elas querem férias deles também, como têm no trabalho. Babás trabalham diuturnamente para muitas mulheres que não dispensam folguistas nem nos feriados. Alguns pediatras informam que muitos bebês e crianças vão ao consultório acompanhados apenas de suas babás.
Em salões de beleza, é comum encontrar mulheres acompanhadas das filhas pequenas que se inquietam, choram, fazem birra. O mesmo ocorre em restaurantes, shoppings, aeroportos etc.
Com a proximidade do Dia Internacional da Mulher, esses dados e outros devem nos fazer refletir sobre a liberdade da mulher no mundo atual.
Em tempos em que a mulher pode marcar presença em quase todos os segmentos profissionais, pode ter filhos casada ou não, com parceiro ou não, pode estabelecer e romper relações amorosas quando quiser, pode cultivar sua aparência de acordo com seus anseios e disponibilidade financeira, ter autonomia econômica etc., parece que desfruta de uma liberdade sem fronteiras.
O problema é que nem sempre a mulher reconhece que muito do que faz não é por escolha. Sim. Na atualidade, ela está submetida às mais variadas pressões, muitas delas tão sutis que se travestem de seus propósitos pessoais. Conhece o ditado popular "o que não tem remédio, remediado está"? Podemos transformar em "o que não tem escolha, escolhido está" no caso das mulheres.
Como liberdade é poder escolher, conseguir realizar sua opção e abdicar das outras, podemos dizer que a liberdade feminina anda plena de restrições. E, depois da fase "mulher maravilha", o cansaço bateu.
O que fazer com os filhos que precisam da disponibilidade (não da presença física) em tempo integral da mãe, com os anos que passam e com a aparência física que perde o frescor, com os embates competitivos no campo profissional que desgastam e sugam energia, com as obrigações sociais, com a solidão habitada por multidões de "amigos"?
E agora, Maria?
ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (ed. Publifolha)
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Quando o pai dele ligou para dizer que precisávamos conversar pessoalmente, já intuía o assunto. O encontro aconteceu há pouco mais de quatro meses, num restaurante perto de onde moro, na Zona Sul de São Paulo. Mal começamos a comer, e ele disse: “Quero que o João venha morar comigo”. Fiquei paralisada. Gelada. João é nosso filho. Desde que Marcos e eu nos separamos, há três anos e meio, esperava esse dia chegar. A vida de Marcos estava estável financeiramente, ele se casara de novo, e a mulher dele também queria que João fosse morar lá. Não havia motivos para dizer não. Afinal, por que ele teria de morar comigo? Por que sou a mãe? Sim, sou só a mãe. E Marcos é o pai. Ele tem o mesmo direito e a mesma vontade de exercer a paternidade que tenho de ser mãe. Amamos João igualmente. Naquele momento, na mesa do restaurante, tomei a decisão: era a hora de João se mudar. Alguns filhos vão embora aos 18 anos. Outros depois. João foi aos 5.
A mudança ainda é recente. Faz algumas semanas que João deixou minha casa, tempo suficiente para sentir sua falta. A casa arrumada pede uma baguncinha. Há um silêncio estranho no ar, de uma calma que chega a incomodar. Parece um descanso merecido, mas que traz culpa. Às vezes, dói como um abandono, mesmo sabendo racionalmente que ninguém foi abandonado. Só queremos o melhor para ele. João terá a oportunidade de experimentar outro lado da própria vida. Não cabe a mim ser egoísta e negar isso a ele. Na casa de Marcos, ele estreitará os laços com o pai, conviverá com Pedro, enteado do pai que ele considera um irmão. E ainda acompanhará o nascimento de novos irmãos. Marcos descobriu há pouco tempo que será pai novamente. Desta vez, são gêmeos. João participará dessa experiência, algo que não pretendo repetir.
Nem todos esses argumentos me ajudaram, a princípio, a atenuar a culpa por deixar João ir. A sensação de ser a pior mãe do mundo me assolou durante semanas. Não conseguia encontrar sentido na vida se meu filho não estivesse comigo. Levou um certo tempo para perceber que essa culpa não era minha, me fora imposta. Ela vem de uma cultura ultrapassada que paira sobre as mulheres. Para sermos completas, temos de ser mães. É o que chamo de maternidade compulsória. Além de mãe, temos de ser perfeitas. Cabe a nós dar conta de absolutamente tudo: da casa, do trabalho, de cuidar do marido e do corpo. Ainda temos de fazer com que nossos filhos sejam mais inteligentes que os dos outros. Será que precisamos mesmo dar conta de tudo? Queremos mesmo fazer tudo isso? Muita gente fica chocada quando digo que não pretendo ter mais filhos. Queria muito ser mãe. Fui mãe. Para mim, bastou. Fiquei mal-humorada os nove meses de gestação, me sentia indisposta. Só que as mulheres não podem falar sobre isso. Você tem de ser uma grávida linda, plena, adorar as modificações em seu corpo.
Minha decisão de permitir que João more com o pai não significa de forma alguma que queira me desfazer de meu filho. Não sou uma mãe desnaturada, não estou louca nem quero férias – ainda que muitos achem que esses são os motivos reais. Muitos conhecidos entendem a decisão e até admiram. Mas críticas também apareceram. As reações vão de “nossa, mas que coragem!” – algo que já denuncia uma reprovação sutil à ideia – a manifestações mais elaboradas de censura. Alguns comentários que recebi em meu blog são bastante explícitos: “Você só pensa no seu bem-estar. Vai deixar o filho morar com o pai para poder dormir até meio-dia”.
Já estava preparada para esse tipo de crítica. Faz parte de nossa cultura patriarcal atribuir todo cuidado dos filhos à mãe. Quando um casal se separa, fica automaticamente entendido que as crianças ficarão com a mulher. Ninguém acha que o homem tenta transferir sua responsabilidade de pai. Criar um filho é uma carga muito grande. No dia a dia, você está sozinha. Não tenho familiares por perto, que possam ajudar quando a babá falta e preciso ir cedo ao trabalho. Esses anos em que João morou comigo foram intensos – tanto em aprendizado quanto em excesso de trabalho e responsabilidade. A mudança traz um pouquinho de alívio e descanso, apesar da saudade.
Agora, poderei fazer um happy hour com os amigos do trabalho de vez em quando, voltarei para minhas aulas de dança e, finalmente, dormirei bem. Apesar de João já ter 5 anos, ainda hoje não dormimos direito. A mudança também será uma oportunidade para pôr em dia minha situação financeira. Não terei mais de pagar a babá que cuidava dele enquanto eu estava no trabalho. Estou numa empresa há cinco meses, depois de dois anos trabalhando em casa por conta própria. Esse período foi maravilhoso para ficar mais próxima de João: eu o levava e buscava todos os dias na escola, participava das reuniões, conseguia levar aos médicos. O preço foi ter uma renda variável, que me deixou numa situação financeira complicada.
Outro motivo muito forte me fez aceitar a proposta de Marcos. Ele foi o porto seguro da família quando tive depressão pós-parto, logo após o nascimento do João. Foi o melhor pai que nosso filho poderia ter naquele momento delicado. Foi o amigo que eu precisava para conseguir superar esse obstáculo. Sou eternamente grata a ele. Sei quanto sofreu de saudades de João quando nos separamos. Merece ficar mais próximo do filho que ama tanto. Cheguei a me perguntar se ter tido depressão pós-parto não influenciou minha decisão. Será que sou menos apegada a meu filho do que deveria ser? Hoje, tenho certeza de que não. Existe um estigma de que as mães sofrem com esse transtorno porque não suportaram o peso da maternidade. Não é verdade. Há causas biológicas, como mudanças hormonais ou predisposição genética. Quatro dias depois de voltar do hospital, após uma cesárea complicada, tive crises de choro, suava frio quando João mamava no peito, sentia-me mal. Amigas que me visitaram lembram que eu não conseguia me referir a João pelo nome ou chamá-lo de filho. Era “aquele moleque”. Estava tão doente que mal me lembro. Nesse período, quem nos ajudou a cuidar dele foram minha irmã e duas babás, uma durante o dia e outra à noite. Eu não podia ficar sozinha com João. Havia a possibilidade de pôr nossas vidas em risco.
O tratamento médico surtiu efeito relativamente rápido. Foram cerca de sete meses, até que conseguisse me vincular emocionalmente a João. Desde então, recuperei o tempo perdido de afeto. Os anos em que moramos só ele e eu, após a separação, ajudaram-me a entender que mãe eu poderia ser para o João e que mãe ele precisava que eu fosse. Talvez nunca seja aquela que faz um grande almoço de domingo, passa a roupa e cobra a lição de casa. Sou do tipo que joga bola, quer saber como foi o dia e dá conselho. Olho no olho e sei o que meu filho está sentindo. Sou a mãe que leva para experiências novas e faz pensar de maneira diferente. Para João, isso basta.
Carolinie Figueiredo, de 26 anos, se engajou na campanha #MeDeixa, de Marie Claire, que defende o direito das mulheres de decidirem sobre o próprio corpo. A atriz e blogueira narrou a difícil experiência que teve no nascimento da primeira filha, Bruna Luz, 4 anos.
“Tive minha primeira filha muito nova e só depois entendi que sofri violência obstetrícia. A enfermeira quase subiu em cima de mim para ‘facilitar’ a saída. Pedi para ficar de cócoras e não deixaram, mandavam eu parar de gritar. Já o Theo [1 ano] tive em casa, com a ajuda de uma doula, como eu sonhava. A decisão sobre o parto, seja natural ou cesárea, é nosso direito. E tem que ser respeitada.”
Aborto, topless, legalização da maconha, parto em casa. Até que ponto as mulheres no Brasil podem ser donas das próprias vidas? Junte-se a outras famosas e anônimas nessa campanha contra a intromissão do Estado, dos moralistas e dos fofoqueiros nas escolhas femininas. Poste uma foto com a sua causa e marque #MeDeixa, #MeDeixabyMC, #NoMeuCorpoMandoEU e #MarieClaireBR.
Fonte: Marie Claire