Folia feminista: os blocos de Carnaval que empoderam as foliãs

(reprodução)

Grupos feministas se reúnem nas ruas de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Olinda. Confira a programação!

Atente para estes dados: 61% dos homens acreditam que mulheres solteiras que brincam o Carnaval não podem reclamar de cantadas, e 49% deles acham que as comemorações não são lugares para “garotas direitas”, segundo pesquisa do Data Popular do ano passado. Um levantamento da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres mostrou que, em 2016, o número de denúncias de violência contra a mulher triplicou na semana do Carnaval em relação ao mesmo período do ano anterior. Esses são os motivos pelos quais grupos feministas estão se reunindo para empoderar as foliãs no evento.

Em São Paulo, estreia o bloco Pagu, com bateria 100% feminina e repertório que exalta nosso protagonismo. “Depois de um ano em que brigamos por nossos direitos, decidimos fazer um bloco com o tema. O Carnaval é um período em que a mulher é muito desrespeitada”, afirma Mariana Bastos, uma das fundadoras. Outro bloco paulistano com a temática é o Ilu Obá De Min, que tem 340 mulheres na bateria e arrasta milhares de foliões desde 2004. “No Ilú, elas se sentem seguras. Um vez um homem assediou uma menina e nos reunimos para ampará-la e resolver a situação”, afirma a organizadora Beth Beli.

No Rio de Janeiro, o Mulheres Rodadas também nasceu, em 2015, com o intuito de promover a igualdade entre os gêneros. “Tiramos a música “Cilada”, do grupo Molejo, do repertório porque algumas participantes a consideraram machista”, afirma a organizadora Renata Rodrigues. E como fica a paquera num bloco feminista? “A cantada vira assédio quando quem a recebe se sente desrespeitada. É importante ver o quanto ela está aberta a ganhar um beijo, por exemplo. O corpo fala, é preciso sensibilidade para perceber essa linguagem”, completa Mariana Bastos.

Onde brincar:
Em SP
Ilu Obá de Min, 24 de fev. (facebook.com/iluobademin);
Pagu, 28 de fev. (facebook.com/blocopagu).

No RJ
Mulheres Rodadas, 1º de mar. (facebook.com/mulheresrodadas).

Em Olinda
Vaca Profana, 27 de fev. (facebook.com/vacaprofanaproducao)

Marie Claire

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