
Nesta semana, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados deu um grande passo em direção à cultura de paz nas escolas, com a aprovação de um projeto de lei que visa prevenir e combater o bullying.
A propositura, de autoria do Senado Federal, acrescenta à Lei de Diretrizes e Bases da Educação um dispositivo que incumbe as escolas de adotarem medidas preventivas, promovendo um ambiente seguro. E vai além: determina que clubes, agremiações e estabelecimentos de convivência coletiva estipulem ações semelhantes na diagnose e no combate a esse tipo de violência. A proposta também estabelece a implementação de um serviço telefônico para denúncias e que cada instituição envolvida constitua uma equipe multidisciplinar para tratar da matéria.
Em 2009, como vereador, elaborei um projeto de lei – sancionado no mesmo ano – que dispunha sobre a inclusão de medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying no projeto pedagógico elaborado pelas escolas públicas do município. Essa ação gerou resultados bastante satisfatórios.
O bullying, prática intencional e repetitiva de violência, física ou psicológica, é um problema universal, muitas vezes banalizado e confundido com brincadeira ou indisciplina. É um ato desumano, empregado para atemorizar, excluir, humilhar e perseguir os outros. É a negação da convivência. A negação da amizade.
Conviver é compreender quem somos, perceber a importância de nos sabermos únicos. Como seres sociais, necessitamos do contato com o outro. E, se não acolhemos a diversidade, fomentamos ainda mais as desigualdades.
A escola é um espaço potencial de convivência. Nela, trabalhamos nossas habilidades e aprendemos a lidar com a riqueza da diversidade. E, quanto mais harmonioso for o ambiente, mais efetivo será o desenvolvimento dos aprendizes. Que o poder público e a sociedade somem esforços para propulsionar, de fato, um novo cenário, em que a paz e a amizade sejam tão naturais quanto verdadeiras.
Por Gabriel Chalita (fonte: Diário de S. Paulo)